Ela olha para a página em branco no computador, escreve algumas linhas e apaga. Se dispersa no celular, desperdiça tempo no rabbit hole do instagram. As abas do chrome a perder de vista. Precisa produzir quando, na verdade, quer desacelerar um pouquinho. As notícias não param de chegar, exemplo: Objeto voador não identificado é abatido na região oeste do Canadá. Acende um cigarro enquanto assina trinta newsletters diferentes (spoiler: não vai conseguir ler tudo).
Chove na sexta-feira, em uma semana que fez sol, neve, raio, tornado, abismo. Terremoto interno, é o inferno astral. O sol desponta em áries - a chegada do ano novo astrológico. Perguntam: Qual seu signo, áries? Quando confirma reagem com uma careta. Pensa, será que os fenômenos cíclicos significam algo? A menstruação é cíclica e significa algo. Os corpos celestes se manifestam através de um movimento constante e imperceptível, então fica em silêncio para tentar captar algo vindo dos cosmos.
Nada...
Pelo menos escuta Gal cantar ao pé do ouvido:
“Eu vou fazer uma canção de amor
para gravar num disco voador
Uma canção dizendo tudo a ela
que ainda estou sozinho, apaixonado
para lançar no espaço sideral
Há de brilhar na noite
no céu de uma cidade do interior
como um objeto não identificado”
Os planetas na casa 7 convidam os humanos a participarem do ritual que é a vida na terra, apesar de Mercúrio não saber de nós. Um chamado de partilha a novos caminhos para aqueles que conseguem enxergar as possibilidades além das redes sociais.
Deseja escrever uma newsletter com a lentidão de um poema sossegado. Quer ter fé no futuro, progredir nas incertezas. Fazer jus a quem já foi. Mas e se o que os astros declaram não for real. E se o mapa astral não existir, de fato? Para onde vamos? Tentar a racionalidade, a matemática? Absurdo.
Em desespero grita para o alto da noite “tem alguém ai?” e antes que possa terminar a frase, levita.
Dica surrealista:
É comédia - é horror, é comédia ou horror? É um mix de tudo…
Série criada por Donald Glover e Janine Nabers, "Swarm” é sobre uma jovem negra, Dre (Dominique Fishback - minha nova psicopata predileta) obcecada por Beyoncé, ops, quer dizer, Ni'Jah; e quando encontra pessoas que não amam a cantora tanto quanto ela decide fazer “justiça” com as próprias mãos - usando frigideira de ferro fundido ou qualquer outro objeto pesado que esteja à mão.
Por hoje é só…
Toda semana um textinho novo surge na sua caixa de e-mail (o dia pode variar, por motivos de autora instável).
Que tal dividir esse conteúdo com os seus?
E, antes que pudéssemos terminar o texto, levitamos juntos. Lindo ❤️
Muito, muito, muito bom esse, Branca! Boa sorte no inferno astral rsrsrs.